14 de abril de 2011

Usando a Tecla Delete


Você sabe usar a tecla delete? Não, não falo de informática, mas de leveza!

Depois que a gente descobre que viverá sem algumas coisas sem culpa, abrimos espaço para que outras surjam. Nem sempre é fácil, mas compensa experimentar.

Mas o que podemos deletar? Pessoas, situações, sentimentos... acho que quase tudo pode ser deletado. Talvez disso tudo os sentimentos precisem de mais tempo e trabalho, mas se não deletados, podem ser pelo menos melhorados.

Deletando pessoas:
Você já teve, por exemplo, um amigo ou parente que nunca lhe ofereceu a mão em ajuda sincera, ou que sempre teve seu ombro à disposição para uma situação difícil ou seus recursos emocionais em momentos diversos e nunca podia te ouvir, seja porque estava sempre ocupado demais com o próprio mundo ou porque estava feliz demais, ou triste demais, ou... TEC (barulho da tecla). Tá deletado! Deletei esse tipo de gente da minha vida, sem olhar para trás. Já tive "amigos" que eram verdadeiros vampiros emocionais, quase psicopatas, que em nada contribuiam para meu bem estar ou felicidade, mas que por um certo comodismo da minha parte, eu acabava aturando e levando a relação adiante. Eu decidi, simplesmente não avisei, bati a porta e saí, para nunca mais. E olhe, como é boooom se sentir livre dos sugadores das minhas boas intenções... ô se é!

Deletando situações:
Eu trabalho desde os 13 anos. Tive a sorte de isso não ser para ajudar em casa, mas só para mim mesma. Mas ainda assim sempre trabalhei, e com 18 anos, em vez de entrar pra faculdade, entrei num serviço público ganhando um pouco mais que alguns chefes de família que eu conhecia. Eu não acho que ganhasse bem, mas era acima da média. Só depois disso fui pensar em faculdade, quando podia pagar. E paguei. Mas morando sozinha e pagando faculdade particular aos 25 anos, a saída era trabalhar em dobro. E trabalhei. Fiquei um ano sem tirar uma folguinha, trabalhava no emprego concursado de segunda a sexta e sábado e domingo também, em um posto telefônico. E nas horas de folga (oi?) eu fazia artesanato, caixas, mais especificamente, e isso vendia bem, e ajudava a complementar a renda, a pagar o ônibus, o lanche, o supermercado, água, luz, telefone...

Um dia eu acabei a faculdade. Mas ops, no segundo ano da faculdade eu tinha passado em outro concurso, e depois em mais dois. Fiquei trabalhando oito horas por dia e dando aulas à noite. Até que conheci meu marido, e fiquei, além disso tudo, viajando para Goiânia muitos dos finais de semana, enquanto namorávamos. Então surgiu problema de saúde, claroooo! Nisso eu já tinha uns 30 anos e no meu caso o cansaço veio em forma de tonturas. A médica disse: "Larga um emprego!" Eu respondi: "só se for agora". E TEC: deletei!
Pedi exoneração e fiquei trabalhando só durante o dia. Aos finais de semana continuei viajando, porém com menos preocupação de um emprego.

Depois de tanto tentar, resolvi desistir de passar em concurso em Goiânia*. Aliás, em 2010 foi meu melhor ano nesse sentido, porque decidi a NUNCA MAIS ESTUDAR PARA CONCURSO. E ponto! TEC. Deletei. Troquei livros chatos (para mim) por feltro, ponto cruz, colagens em guardanapos, etc... Troquei códigos e leis por visitas em abrigos e surgiu com força total as Fadas Madrinhas (que não vou deletar nunca).

E nisso de deletar certas situações, acabei deletando um sentimento horroroso: culpa!

É claro que não me livrei de tudo que me incomoda, mas o importante foi que aprendi a fazer isso e agora quase sempre posso TEC, deleto. Bom, né?

Eu teria muito mais coisas para contar, mas como sei que post longo é cansativo, paro aqui nesses exemplos.

E você? Conta para mim o que já deletou sem dó nem piedade, vou adorar saber!

Beijos.




*Esta postagem seria para o dia 07 de abril, mas só consegui postar hoje. Espero que gostem!


* Eu sou funcionária do Tribunal de Justiça de Goiás, trabalhando em Itumbiara. Há mais de cinco anos tento em vão uma transferência para Goiânia ou cidade perto. Tem muita gente que consegue diariamente ir e vir de comarca... mas isso são os mistérios entre o céu e a terra.

12 comentários:

  1. Que interessante esse post.
    Eu deleto algumas coisas, mas acabo somando o dobro. É como trocar um vício por outro. Sem medo de deletar o novo, e assim sucessivamente. Acho que não me expliquei direito, mas gostei do seu post, sim. Bjs.

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  2. É muito impotante fazer uma faxina emocional sempre que nos sentimos com um fardo. Me identifiquei com os seus deletes de amigos e acrescento para mim familiares que no meu caso precisei deletar do meu convívio para ter uma vida mais leve e assim poder seguir me preocupando mais comigo e agora com a minha casa e meu esposo. Vivia doente de tanto essas pessoas me vampirizarem.
    Bom final de semana.

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  3. Oi Clau

    Adorei o relato e concordo com vc. Temos sim que deletar não só situações mas as pessoas tbm que nos fazem mal, pessoas que pouco se importam em saber como vc está, pessoas assim não fazem bem ao coração.

    Parabéns pela coragem em "deletar" as coisas que de uma forma ou de outra não te faziam bem.

    Um beijooo

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  4. Oi Clau,

    A melhor sensação de leveza, é a leveza da alma, do coração, do corpo. Quando não mais carregamos pesos que são difíceis de gerenciar, de absorver, de carregar.

    Chega num ponto que temos que colocar tudo na balança e priorizar o que realmente nos faz feliz.

    Beijos.

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  5. Sabe que as pessoas fazem o que permitimos fazer, pois fazemos par complementar muitas vezes sem perceber.Umbom livro é Mentes Perigosas, que nos deixa atenta as pessoas a nossa volta. Já deletei pessoas assim, e acho importante para que possamos manter o equilíbrio e a felicidade. Ótimo post amiga, foi bem bacana mesmo. Mil beijocas

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  6. Clau seu post ficou muito bacana.
    Eu estou tentando usar mais a tecla delete. Tenho tentado deletar sentimentos,situações e agora vejo a necessidade de deletar pessoas.
    Sem culpa de ser feliz.
    Beijos.

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  7. Eu preciso aprender a deletar certas pessoas e situações da minha vida.
    Já evoluí em algumas coisas, mas ainda me CULPO muito!
    Amei o seu post!

    Beijos!

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  8. Adorei o post. E já fiz muito disso: deletar amizades. Antes empurrava com a barriga e só me machucava. Agora deleto sem dó nem piedade e sou mais feliz assim.
    Parabéns pelas palavras de incentivo.
    Beijos
    Adriana

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  9. Oi Clau!

    Amei a sugestão do 'delete'! Tô precisando usar mais!!! Nossa, eu sou a rainha da culpa... vivo tentando ser tudo, dar conta de tudo e ainda assim me culpo pelo que não consigo... rsrs! E o pior: conscientemente!!!
    Mas a gente tenta mudar a cada dia não é? se tem uma coisa que eu não faço é me deixar levar pela maré, estou sempre alerta para os passos que dou e onde eles estão me levando.

    Flor, passando tb pra agradecer a visitinha carinhosa lá no Petit e desejar um ótimo fds, ok?

    Bjukas =]

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  10. oie Clau,
    vc tem razaõ a gente precisa deletar na vida muitas coisa, mas como é dificil amiga..principalmente emprego, eu to passando por esta fase estou me programando p/ até final de ano deletar algumas coisas na minha vida ...
    e sei que hje é o momento! bjus!

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  11. Amiga querida é isso mesmo, o importante na vida é deletar o que nos incomoda, acumular essas coisas não nos leva a nada, somente a sofrer, e sofrer vamos combinar é muito chato.
    Não perca nunca esta mania maravilhosa de deletar o que te incomoda.
    Bjs

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  12. Clau amada, adorei este post. Eu ando deletando uma vampirada e umas coisinhas por aí, é bom demais, né? Mas, mesmo assim, a culpa não me larga, me sinto mal quando deleto... Será que um dia eu aprendo???
    Te adorooooooooooooooo
    Beijosssssssss
    Vero

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