Esse texto escrevi em abril de 2010, mas acho que está muito atual. Na falta de material novo e de tempo para inventar moda, vou mostrando de novo o que acho que vale a pena.
Boa semana!
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Quem, como  eu, adora dar bater perna nos shoppings, feiras, exposições ou algo parecido, ao  passar por uma banca cheinha de revistas provavelmente já ouviu alguém  perguntar: "Quer um brinde?" Se você, principalmente mulher, que não  resiste a um mimo, seja pago ou de graça, conseguiu dizer não e seguir  em frente, fez ótimo negócio. Agora, se hesitou, olhou, mostrou algum resquício  de dúvida que seja, só posso dizer uma coisa: se ferrou! 
 Eu sempre duvidei que algum  ser humano tivesse o trabalho de sair da casa, montar um estabelecimento dentro  de um shopping com aluguel caríssimo exclusivamente para nos dar algo de graça.  Mas, mesmo assim, ano passado, no Evento Só Para Mulheres, no Centro de  Convenções, em Goiânia, no auge do tédio de visitar a feira sozinha, resolvi  desafiar minha própria paciência: eu disse sim! Não o fiz por  ingenuidade, deixo claro, mas apenas para ver o que vinha depois. Também já  adianto que me arrependi, pois nem pela experiência eu deveria ter feito isto.  Minha vida mudou depois daquele sim, já que perdi quase uns 20 minutos ouvindo  os mais improváveis absurdos de uma moça, uma suposta estagiária de um curso  superior que não me lembro qual era. 
 Voltemos ao sim. Depois disso,  ela perguntou qual revista eu queria. Eu, boa cometedora de gafes que sou,  escolhi "Casa Cláudia", que é da Editora Abril (...pausa para riso...). A moça  disse que tinha uma correspondente e me deu um exemplar seis meses atrasado de  uma revista de arquitetura. Mas o pior estava por vir: depois de achar que tinha  me dado um grande presente, ela começou a perguntar sobre meu cartão de crédito,  e veio com um papo de que era estudante, que tinha cota para vender, que isto,  que aquilo, que o que eu iria pagar era só uma contribuição (embora o preço  fosse o mesmo daquele fora da promoção dela). 
Fiquei deveras chocada quando  ela, não conseguindo me convencer com tanta mentira acumulada, chamou um tipo de  gerente que mais parecia um armário de seis portas, o qual tentou me convencer a  todo modo a comprar a revista. Já fiquei me imaginando sendo levada para um  quarto dos fundos, sendo espancada e interrogada com uma daquelas luzes no  rosto, como nos filmes americanos.
 Olha, do jeito que fizeram, eu  assinaria facilmente uma revista sobre física quântica ou algo  ensinando falar mandarim em seis aulas, só mesmo para me ver livre da  coação. Mas, deixo claro que eu só estava mesmo fazendo um tipo de "perder tempo  pra ver", não tenho hábito de comprar por impulso e já assino as revistas que  quero. 
Depois disso fiquei pensando: e quem não sabe como eles agem? Acho que é um tipo completamente desonesto de abordagem e que isto nem deveria existir nos dias atuais. O Procon não fiscaliza isto? E a Editora Globo, poderosa como penso que é, precisa mesmo dessa venda degradante da imagem dela própria para sobreviver? E esses vendedores, coitados, fazem treinamento com aqueles que vendem aspirador de pó nos Estados Unidos?
 Depois disso fiquei pensando: e quem não sabe como eles agem? Acho que é um tipo completamente desonesto de abordagem e que isto nem deveria existir nos dias atuais. O Procon não fiscaliza isto? E a Editora Globo, poderosa como penso que é, precisa mesmo dessa venda degradante da imagem dela própria para sobreviver? E esses vendedores, coitados, fazem treinamento com aqueles que vendem aspirador de pó nos Estados Unidos?
Não sei mesmo. Por via das  dúvidas, não aceite esses brindes, a não ser que queira doar para reciclagem de  papel.
 *Ah, eu levei para casa  uma revista velha, perdi meu tempo, mas não cedi. 


 
 
Oi Clau,
ResponderExcluirIncrível como as formas de persuasão desse pessoal de vendas está cada dia mais apelativa, e muitas vezes com informações confusas, incompletas, algumas omissões de detalhes importantes. O pior é que corremos o risco de cair, e depois para resolver é uma burocracia enorme, ou seria burrocracia? Atendimento péssimo, disposição para resolver o problema é zero.
Quanto menos nos deixar cair nessas tentações de pseudo-facilidades, melhor! ;oD
Beijos
Ai, Clau, eu ri de vc falando o q estava imaginando... É assim msm q acontece.
ResponderExcluirEu lembro q qd era do Ensino Médio fui a Bienal c/ a galera do colégio e já existia esse tipo de abordagem (incrível como ñ mudou nada esse tempo td).
No nosso caso era mais fácil, falávamos assim: somos menores, ñ temos cartão! haha Eles faziam aquela cara de "ah! q droga!"
Mas como uma apaixonada por Dto do Consumidor (uma apaixonada mt da relapsa, diga-se!), fico revoltada pela forma como os vendedores aproveitam-se dos consumidores mais vulneráveis!!
Mt boa a sua colocação!