O Haiti, nesse caso, era aqui

no dia 9 de agosto de 2010


Nesse post vou deixar meu lado Bozo de lado para falar sério.

O assunto hoje é solidariedade com responsabilidade.

Já viram que basta acontecer alguma tragédia em qualquer lugar do mundo para que nós comecemos a pensar em uma maneira de ajudar, de mobilizar amigos, família, a rua, o pessoal no trabalho, enfim, até a cidade toda, só para amenizar o sofrimento dos nossos iguais? Não posso dizer sobre outras culturas, mas é bem nosso, dos brasileiros, esse espírito sempre pronto a ajudar.

Com as recentes inundações no Nordeste o que se via aqui na cidade era faixa indicando: "Aqui é posto de arrecadação." Eu sei que na minha cidade há pessoas muito bem intencionadas, mas como em qualquer lugar do mundo, há gente que se aproveita da desgraceira ter esbarrado na casa do seu irmão para tirar proveito disso. Nem todo mundo é sério. E nem todo mundo que é sério e bem intencionado tem planejamento e meios para fazer com que esses donativos não se percam no meio do caminho sem atender ao fim que se destina.

Onde quero chegar com isso? Bom, em janeiro o Haiti foi devastado por um terremoto, como todos sabem. O governo brasileiro mobilizou o país todo, inclusive o Judiciário em Goiás, para que todos arrecadassem o que pudessem que ele, o governo, enviaria às vítimas do país destruído tudo que fosse arrecadado.

Trabalhamos muuuuito em 15 dias para mobilizar, divulgar, separar, embalar, identificar DUAS TONELADAS E MEIA de donativos (água, roupas, calçados, alimentos e roupas de cama). Nunca tinha visto mobilização tão grande em torno de uma causa. Era gente surgindo de todos os pontos da cidade, todos trazendo uma sacolinha de supermercado que fosse, cheia de boas intenções para com os irmão haitianos. E nem era só gente de muitas posses, era também gente pobre querendo ajudar de alguma forma.

Ufa! Conseguimos superar nossa expectativa. Decorridos os 15 dias, um caminhão enviado pelo Tribunal de Justiça veio recolher tudo, levou para Goiânia, de onde seriam encaminhados ao Rio de Janeiro e posteriormente ao Haiti.

Nós nos sentimos de alma lavada, com aquele sentimento típico de quem ajuda sem querer nada em troca. Aliás, nós queriamos só uma coisa: que aquilo tudo chegasse um dia no Haiti. Ficávamos imaginando as crianças recebendo os pacotinhos de biscoitos e pensando nos bebês que vestiriam as roupinhas cheirosinhas dadas com tanto carinho.

Mas isso nunca aconteceu!

Logo após termos remetido as doações, o Governo disse que "por problemas de logística" não poderia enviar os donativos ao Haiti.  Falta de planejamento? Não sei. Talvez alguém lá no Poder tenha agido mais com emoção (impulsividade) do que com organização, e no fim nossa solidariedade restou atendendo o próprio povo goiano. Não que estes não sejam merecedores ou que não necessitassem. Longe disso, mas nós nos sentimos enganando o povo que acreditou em nós, que éramos, nesse caso, os representantes do Estado.

E com isso nos sentimos enganados também.

Eu, apesar de tudo, aconselho a todos que doem, ajudem, participem, pois o sentimento de ajudar é a maior felicidade que pode haver nesse mundo, mas que tomem muito cuidado para que seu esforço não vá parar nas mãos de pessoas desorganizadas ou de aproveitadores. Não foi nosso caso, porque afinal nossos donativos foram realmente doados aos carentes, mas nem sempre é assim.

Abaixo as fotos do nosso trabalho, que ressalto, não foi iniciativa minha, foi somente um trabalho no Fórum do qual fiz parte. O mérito foi de todos que acreditaram.





5 comentários:

  1. Oi Clau entendi o seu post, mas de qualquer forma é uma absurdo as pessoas se mobilizarem para ajudar. Algumas doam o pouco que tem para que o Governo por falta de planejamento ou qualquer outra coisa não tenha como enviar.
    Um beijo e boa semana

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  2. Oi menina...é realmente para ficar indignada. Mas sabe o que penso...façamos bem sem olhar a quem. Façamos nossa parte e esperemos que o outro também o faça. Mas sem grande expectativa. É claro que isso não nos isenta da responsabilidade de procurar instituições idôneas. Mas fazer a parte que nos cabe já é meio caminho andado. Seja em trabalho voluntário, seja em distribuição de gentilezas. Pessoas ruins infelizmente existem em todos os meios. Beijocas!

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  3. Clau, sei bem do que se trata e falas

    No incio das minhas idas à Africa, levei muito, mas muito calote.

    Teve um ano em que economizei cada centavo.Ao chegar ao Campo de refugiados, dei ao gerente...Ela nunca me prest6ou cotnas, naof ez nada...e sofri muito
    Hoje, estou me arrumando para ir á Africa...e estou7 bem preocupada por que, tenho medo de nao ter tempo de investir o dinhieor que vou levar e deixar nas maos deles, novamente e termianr por perder..bjs e dias felizes

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  4. Clau, ainda bem que você sabe onde chegou porque alguns não tem esse privilégio.
    Bjs querida.

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  5. Clau, a falta de organização do governo foi inaceitável. Isso sem falar nos donativos que simplesmente foram desviados. Tudo muito lamentável, mas não devemos deixar de ajudar por causa disso.

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