Pensa em adotar uma criança?

no dia 17 de junho de 2011

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Você já pensou em adotar uma criança? Não estou perguntando o porquê, se tem filhos biológicos ou pode tê-los, se tem condição financeira ou se está num relacionamento estável. Nada disso, estou apenas perguntando se quis, quer ou pensa nisso para o futuro.

Bom, se pensa nisso para o futuro como coisa certa, é melhor começar a agir logo, todos sabemos que, dependendo das características preferidas pelo(s) adotante(s), a espera é longa.

Tenho lido muito sobre o tema, e descobri que há mais crianças disponíveis para adoção do que adotantes. Então por que tanta demora? O processo de habilitação para adoção em si é rápido, mas depois dele pronto vem a demora, pois para se concretizar o desejo, é preciso que algo muito importante apareça: a criança. E enquanto os casais desejam adotar meninas brancas, saudáveis e recém nascidas, as crianças disponíveis tem perfil completamente diferente desse. Mas não estou aqui para discutir a cor e nem a idade do sonho de cada um, afinal todos nós temos direito a nossos desejos, não é mesmo?

Vamos começar do princípio:

Você decidiu que quer adotar. Então tira da cabeça a ideia de que um dia uma mãe desesperada e carente vai aparecer na sua porta com um lindo bebê e deixar no cestinho na madrugada fria. Isso até pode acontecer, mas do jeito que as coisas andam, é mais fácil essa "mãe" abandonar o bebê no lixo da sua porta e você nunca o veja.

Há todo um processo, um trâmite a ser seguido e quanto mais você demorar a começar, mais demorará a realizar seu desejo.

Pronto, decidido. Pergunta: O que fazer na prática? Resposta: Corre para o Fórum e procura a Vara ou Juizado da Infância e Juventude. Lá eles te orientarão que documentos providenciar para protocolar seu pedido em juízo, mas se quiser dar uma olhada na lista, clica aqui.

Depois de juntar essa papelada toda e protocolar seu pedido/requerimento no Fórum, você terá dado o primeiro importante passo, seu desejo saiu da sua cabeça e já existe em forma de  processo, uma pastinha onde serão juntados todos os documentos/petições referentes ao seu pedido.

O Juiz da Vara de Infância vai determinar que profissionais te avaliem. Esses profissionais são assistente social e psicólogo(a), que irão designar um dia para a entrevista com o(s) candidato(s) a adotante(s) e serão feitas uma série de perguntas sobre sua vida desde a infância, como pretende cuidar da criança, como surgiu o desejo de adotar, etc. É uma avaliação minusciosa porque o juiz tem que ter certeza que aquela pessoa/casal não está ali por impulso. Mas também é uma entrevista agradável, pois os profissionais hora nenhuma te julgam se você quer uma criança branca, negra, índia, recém nascida ou mais velha. Eles te ouvem e pronto.

Feitas as entrevistas, esses profissionais fazem um relatório, opinando se te consideram apto ou não para adotar. Após isso, o processo é encaminhado ao Ministério Público, que geralmente segue o que o setor psicossocial manifesta. Sendo tudo favorável, o processo volta ao juiz, que dá sentença te considerando apto a adotar e determinando que seu nome seja inserido nos livros próprios da cidade (porque o casal tem preferência para adotar, caso surja criança na mesma cidade) e ainda no Cadastro Nacional de Adoção, do Conselho Nacional de Justiça. Após o trânsito em julgado do processo (fase em que não cabe mais recurso), você finalmente irá para a fila e aguardará pelo seu filho. 

O processo todo de habilitação é muito rápido, pois tanto no Ministério Público quanto no Fórum, são procedimentos padrão nada complicados cujos despachos são iguais em quase todos os processos. O que pode atrasar um pouco é a avaliação psicossocial, já que o setor é sobrecarregado de trabalho pois também faz avaliação em casos de guarda de menores, trabalham em processos criminais também, e etc, mas arrisco dizer que em dois meses estará tudo pronto.

Em todo caso, mesmo após o processo pronto, se sua ansiedade falar mais alto e quiser sair pelos abrigos procurando um filho,  cuidado! Você pode se envolver com uma criança que não irá para adoção e ambos sofrerão depois. E mesmo que ela vá para adoção, provavelmente ela irá para o casal que já está na fila aguardando. Mas também pode ser que dê certo, importante saber que cada caso é um caso e que tudo na vida envolver riscos, não é mesmo? E conhecer abrigos é sempre bom, dar e receber carinho melhor ainda!

Ah, e tem aquela gravidinha que é muito carente e quer dar a criança. Cuidado de novo! Sabemos que muitas mães se aproveitam da vulnerabilidade das mulheres que querem adotar e acabam tirando proveito da situação. Estou falando de comércio de bebês. Sim, ele existe e é crime!

Claro, nem todas são assim, mas existem e você tem que ter cautela. Você até pode acompanhar, pagar exames, ajudar na alimentação, etc, mas saiba que mesmo que a grávida estiver muito resolvida e bem intencionada, após o parto ela poderá mudar de ideia e você se decepcionar. Afinal nada a obriga a te dar a criança só porque você a ajudou financeiramente. Mas por outro lado, conheço muitos casais que adotaram assim sem problemas. Isto se chama ADOÇÃO CONSENTIDA. Mas mesmo consentida, a adoção tem que passar pelo juiz sempre, senão é ilegal.

Com certeza é um tema muito extenso e que eu poderia ficar horas falando, mas queria falar o básico, para quem está encima do muro, sem saber se vai ou se fica...rs...

Quer trocar ideia nesse sentido? Já passou por isso e quer dividir? Escreve pra mim:


No site do Juizado de Infância e Juventude de Goiânia tem muito esclarecimento. Conheça clicando aqui.

Mais sobre esse assunto no blog da Fernanda Reali aqui. E também aqui, onde ela conta a linda história da Cris Chiosini com sua Maria Vitória.

E no blog da Alessandra Nardes, o Ateliê da Alê, aqui ela conta uma história de amor que compensa muito conhecer.

No blog da Renata, Uma Mãe Expatriada, tem também ótimo artigo. Clica aqui. O post se chama: Adoção, Ato de Amor ou Egoísmo? A Renata vive na Tailândia e tem um blog que vale a pena visitar.

Um lindo dia e ótima sexta a todos!

*importante dizer que cada comarca/juízo tem suas particularidades nesse trâmite processual e nem todos podem ser como descrevi aqui, mas em regra é isso.

*algumas comarcas oferecem cursos e exigem que o(s) adotante(s) participem deles, mas na minha ainda não tem.

Como eu sei disso tudo??? Tirem suas conclusões...rs...

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19 comentários:

  1. Clau, quando percebi a dificuldade no início, das duas perdas que tive, eu e meu marido decidimos pela adoção, foi quando comecei os trabalhos voluntários naquele abrigo que te falei, fui porque antes de tudo eu queria um preparo psicológico, queria entender, vivenciar a realidade daquelas crianças e sentir como eu lidaria com as minhas expectativas e frustrações, e vc falou índia, foi uma indiazinha chamada Adriana que balançou meu coração. Em seguida, engravidei novamente, quando já tinha decidido que não tentaria mais, continuei com os trabalhos até o Leo nascer, vi muito disso que você está descrevendo, vi crianças que estavam há 5 anos esperando um lar, vi pais há 8 anos esperando um filho, porque tinha então essas exigências de ser RN, loirinho, olho azul, etc... Eu que já não estava ali prá adotar naquele momento, me envolvi, comemorei vitórias como dos 3 irmãos adotados tardiamente e juntos, e também chorei tristezas de ver sonhos despedaçados, adoções que voltaram pro abrigo, acho que isso foi o mais triste, ver nos olhos deles a tristeza, a rejeição... porque eram bagunceiros, porque choravam, porque estavam rebeldes... enfim acho que discutir tudo isso é muito válido, é um assunto a ser debatido, achei o post completo e excelente. E diante de tudo que vivenciei no tempo que estive lá, acho que o psicológico precisa estar muito bem preparado e ciente da dificuldade da caminhada. Felizmente tenho visto mais finais felizes que infelizes e torço que continue sendo assim! Beijos amiga ♥

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  2. Nós já pensamos sim, mas não aí no Brasil. Hoje está adormecido, levamos uma vida bastante instável e vejo a dificuldade que é para quem vive aqui com os seus. Beijocas!

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  3. Minha mãe passou a vida querendo adotar um menino.
    Meus pais tiveram três meninas e minha mãe queria ter um menino, sabe-se lá pq. Mas, meu pai não tinha vontade, afinal ele era operário e já tinha a família bem grandinha.
    Chegamos a visitar orfanatos por várias semanas, levar presentinhos e tal.
    As exigências deles era sexo (menino) e idade (bebê).
    Ficaram na lista por anos. Até desistirem, já que não havia concordância entre o casal.
    Particularmente, eu não tenho vontade e admiro quem o faça.
    Tenho uma sobrinha adotada e é incrível como ninguém se lembra disso. Dependendo da posição da família, a criança passa a ser parte da família de um modo extraordinário. Chega a parecer-se fisicamente e até nas manias.

    Clau, ótimo post e Deus abençoe a você, seu esposo e....rsrs

    Bjo,
    Ale

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  4. Querendo ou não adotar, é bom se informar, pois a gente sempre conhece alguém que tem o desejo e ainda não deu o primeiro passo. Esta divulgação é muito importante, porque estende a mão a quem tem a vontade e não o deixa só. é como se o teu texto dissesse: VEM COMIGO!

    Eu não posso adotat ninguém, minha casa está cheia de filhos humanos e caninos, mas um dia, no futuro, quero sim.

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  5. Eu tive essa vontade, antes de engravidar. Quando engravidei adotei minha barriga. Mas eu venho de uma infância onde convivi com amigos, cujos pais adotavam crianças grandes e todos viviam felizes, eram tão diferentes fisicamente que eu sempre sonhava em ter uma familia igual aquela. Claro que meu sonho e o do marido não eram iguais, ele sempre sonhou com uma familia pequena que é a que temos hoje somos 3. Mas se fosse para eu adotar, eu pegaria assim como as familia que conheci, crianças de 4 ou + anos, pois educando com carinho e compreensão eles não se revoltavam nem buscava as familias biologicas (que é o grande medo da maioria das pessoas), pois aprendiam que foram escolhidos para serem amados por quem os adotou. Detalhe hoje estes amigos são adultos e todos tem 1 ou 2 filhos biologicos e mais 1 ou 2 adotivos. Seguiram o exemplo de seus pais.
    Adorei o assunto. Perdão pelo comentário longo.
    Abraços

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  6. Muito bacana quem adota uma criança. Acho isso muito louvável e temos muitas crianças esperando uma oportunidade. Eu, sinceramente, não penso nisso. Tenho filhas biologicas e já me acho velha para isso. A responsabilidade é grande.
    Sua divulgação é muito bacana.
    uma ótima 6a feira. Bjs

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  7. Clau, adorei seu post porque é bem esclarecedor! Antes de engravidar, como tinha problemas, queria muito adotar uma criança, mas nem sabia por onde começar e quanto mais eu lia sobre o assunto mas me sentia perdida! Adorei seus esclarecimentos e quero lhe desejar muita sorte viu? Seu sonho será realizado logo logo!

    Bjs

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  8. Oii, Clau !

    Belo post...completo e esclarecedor.Eu acho que adotar é um supremo ato de amor.Amar o nosso filho é meio que instantaneo e involuntário, vc descobre que está grávida e já morre de amores por ele.Aqui no Brasil acontecem longas esperas pq a maioria dos casais querem BB, branquinho e de olhos claros, enfim uma série de requisitos.

    Ao passo que as crianças com mais idade e que não tenham essas características ficam anos a espera de adoção e muitas vezes nem adotados são.

    Adorei seu bloguinho.

    Beijinhos

    Ana

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  9. ótimo post, lembro me que quando criança meus pais nos levavam todo mês no orfanato e tenho lembranças de crianças pedindo para serem adotadas, crianças carentes, na época era criança e a minha vontade era pode leva las comigo, hoje sempre penso nessa possibilidade de adoção.
    Obrigado por colocar uma postagem tão explicativa e ótima orientação.
    Josiana Leite

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  10. Oi Clau...
    excelente texto o seu, muito informativo também.
    graças a Deus tive a sorte de ter uma família depois de ter sido adotada.
    Fez muita diferença para mim.
    Acho adoção um passo muito sério, é lidar com a vida de alguém.
    precisa estar muito seguro pra dar este passo.
    obrigada por compartilhar preciosas informações

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  11. Querida uma bela iniciativa a tua, acredito que esse assunto merece uma grande divulgação.
    Eu pensei muito em adoção durante longo tempo em minha vida, mas acho que não era pra ser assim.
    Sabes que te desejo muita sorte, todas as noites mando pensamentos positivos para que logo realizes teu sonho.
    Beijos querida

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  12. Eu queria mto que meu 2º filho(a) fosse adotado, mas sondando membros importantes da família percebi que teria problemas, que meu filho(a) seria discriminado com sendo de 2ª categoria, então não tive coragem de enfrentar essa barra e tive minha filha pelos métodos normais.
    Clau, aqui na minha Comarca (só escreve comarca quem trabalha no Fórum,rsrs) o Min. Público tirou uma criança de um casal que pegou o bebê na maternidade e tendo feito um "documento" registrado em cartório, qdo o MP soube disse que tinha que ser seguido a fila do cadastro de adoção e a coisa teve que ser toda desfeita. Na época eu fiquei tão penalizada que pedi p/ que o bebê ficasse aqui em casa, ela ficou nos fds e no feriadão de carnaval, logo depois foi p/ a família que tava em 1º na fila e por ter ficado comigo, passou somente alguns dias no abrigo, mas a outra família sobreu horrores.
    Estou aqui SEMPRE torcendo p/ seu filho(a) chegar logo.
    Bjs♥

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  13. Clap clap clap!!!
    Exclente post, amiga!! Muito bem explicado e de maneira muito prática. Sempre soube da burocracia que envolve a adoção de uma criança, e em casa sempe fomos bem tranquilos com relação ao assunto, pois meu irmão caçula é adotado, veio pra nós qdo tinha 2 anos de idade.Meu irmão do meio sempre brincou dizdndo que adotaria um negrinho, e acabo adotando o Fred, que é quae um mulatinho e não sei se e coisa da região mas por duas vezes as crianças "caíram" no colo dele, mas só foi o Fred quem os balançou. E eu nunca rejeitei essa hipótese de também adotar. Chego mesmo a pensar numa criança um pouco maior mas tem que ser tdo mto bem enado, querido e ansiado, pq nada é pior do que "devolução" ainda mais porque criança não é brinquedo. Pecisamos ter batante ciência de que filhos não são e nunca serão como cachorrinhos velhos, que sao quietinhos e gosa de ficar sossegados num cantinho.
    Acho que pra exercer a maternidade, muita gente precisa, a priori, ampliar o campo de visão e se permitir enxer o filho em qualquer idade q ele tenha.

    Mais uma vez, parabéns, frô, por mais este post mega necessário.

    Xerinhos
    Paty

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  14. Amei seu post!São tantas dúvidas que ajuda tanto esses esclarecimentos.Você está segurando a mão da gente e dizendo:Vem comigo!Tenho muitos planos para o futuro,e quem sabe engloba esse também.Te desejo Boa Sorte amiga!

    Beijocas

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  15. Oi Clau, muito bom seu post. Eu vejo sempre onde trabalho vejo sempre o outro lado da adoção- crianças com seus 9,19,11,12...anos que já não estão mais na idade de adoção. Dói ver como eles encaram isso, já tem consciência que os outros irmãos fora desejados por alguém e que eles ficaram no desprezo e descaso da família, alguns se deprimem e outros reagem de forma violenta, é muito sofrimento.
    Valeu pelo tema despertado. beijos

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  16. Conhece o blog da Glau? Ela é especialista no assunto "adoçao tardia", mãe de tres crianças que o coraçao escolheu.
    http://supercriativobyglau.blogspot.com/

    Vale a pena!
    Bjs

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  17. Esse caminho parece mesmo muito difícil. Tenho esse sonho guardado para a hora que a nossa situação financeira permitir. Mas alimento ele com muito amor. Espero que essas mães que tanto buscam um filho alcancem este sonho, com menos dor. Um beijo amiga, recebi sua Dm, viu? Obrigada!

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  18. Oi Clau, que legal que gostou do meu blog, volte sempre! =)
    Adorei seu post sobre adoção, acho tão triste saber que muitas crianças ficam muito tempo a espera de uma família, e muitas vezes acabam passando toda a infância sem ter uma.
    Bjs

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  19. Gostei do texto!! Muito informativo... Se as pessoas soubessem os riscos da adoção a brasileira, seguiriam o passo a passo q vc indicou!! Boa sorte a todos q estao nessa jornada.

    Renata do blog www.descobrindoamaternagem.blogspot.com

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