Dia Nacional da Adoção

no dia 25 de maio de 2012



Na hora de dormir, uma voz meio chorosa e desiludida vem lá do quarto, de dentro do bercinho cercado de outros bercinhos, chamando mamãe, papai ou qualquer outro lamento. 

Lá da sala mesmo vem a resposta em tom ríspido: "Cala a boca e dorme que aqui não tem mãe não!"

Na hora do banho não são as mesmas mãos que cuidam, cada hora é uma pessoa diferente e o corpinho totalmente dependente de cuidados se vê limpo sem que esse momento tenha sido de vínculo ou de prazer com alguém que realmente o ame e não esteja ali somente fazendo seu trabalho. 

Quando eles vem correndo dizer: "Dodói!", que quer dizer na língua infantil que se machucaram, não tem ninguém para dizer que vai passar com um beijinho e oferecer um consolo pra dor do dodói e da alma desses minúsculos. 

Mas o que eles fizeram de errado para se verem "presos" em abrigos frios, com funcionários muitas vezes despreparados, locais tão cinzentos para vidas que precisam de tanta cor? 

Resposta: A maioria nasceu dos pais errados que não cumpriram seus papeis de orientar, sustentar e proteger os pequenos seres. Então entra o Estado, mas o Estado não liga muito, afinal gente tão pequena nem tem título de eleitor. E os funcionários do abrigo também não ligam muito porque ver tanto mini-sofrimento acaba anestesiando. 

Nunca vi maus tratos em abrigos, mas também vi pouco carinho e pouco vínculo. 

Também ninguém é pago para dar carinho, e carinho não se paga. 

E carinho nem custa nada  ...

Adoção não existe para resolver os problemas sociais e de carência de ninguém. Se você não tem esse desejo do fundo da alma de adotar para si o filho de outra barriga, eu respeito, mas reflita sobre as minhas palavras hoje, tome a iniciativa de visitar um abrigo pra doar o que não te custa nada: carinho. Adote uma criança nem que seja por meia hora. Ouça suas historinhas, mostre que se preocupa, que ela tem valor e que pode ser amada.

Procure saber antes das regras de cada local (que tem que ser respeitadas), faça um bolo no lanche da tarde e ofereça um pouco do seu aconchego a esses olhinhos que embora tenham visto tanto sofrimento, ainda tem brilho e muito para doar. 

Faça seu papel como cidadão, fiscalize. Veja se o local está atendendo as necessidades das crianças, mobilize sua sociedade para fazer o mesmo. Se algo não estiver em conformidade, procure a Promotoria da Infância e Juventude, não tente resolver nada a seu modo, há o jeito certo para se fazer tudo, até se indignar. A lei deve ser respeitada, sempre. 

Essa postagem faz parte da blogagem coletiva do Dia Nacional da Adoção, proposto pela Dani Pivatelli Charles. Poste sobre o tema também e vá ao blog Versos etc avisar que participou e ler outras postagens.  



24 comentários:

  1. Sua postagem é fofa sim, pois mostra a pessoa fofa que existe dentro de vc, a pessoa que faz sem esperar nada em troca, que enxerga a caridade como um caminho de luz!

    ResponderExcluir
  2. Ai Clau teu post mexeu muito comigo..nunca fui a um abrigo de crianças, qd mais jovem ia muito ao asilo e me sentia muito bem...sempre falo que admiro muito tua preocupação com as crianças...vc é fada madrinha de muitas pessoinhas pequenas..vou participar da blogagem!!!Beijusss

    ResponderExcluir
  3. Oi Clau! Às vezes não gosto nem de pensar, fico triste quando vejo que pais e mães não querem seus filhos e pior quando são órfãos de pais vivos. Concordo com você. Carinho não se paga, não se pede e tem que vir do coração. Que Deus olhe por essas criancinhas. Beijos.

    ResponderExcluir
  4. Sabe Clau, eu acredito que nos escolhemos o nosso destino antes de virmos ao mundo, e se essas mães deixam as crianças é por acreditarem que não são dignas de lhes dar amor e educação. Mas na verdade é que aquele ser veio para que outra pessoa o encontre e com ele aprenda o amor. E na hora certa esses dois seres cheios de amor vão se encontrar, isso se as leis e burocracia não impedirem o ato.
    Também estarei participando com meu post de amanhã. Gosto deste assunto, e creio que precisamos falar mais para que se apague o medo e a desconfiança de alguns que se recusam e buscar na adoção a cura para seu desejo por um filho.

    Abraços

    ResponderExcluir
  5. Ola Clau,
    EStou meio sem palavras para descrever o que senti ao ler seu post.... Você explicou muito bem o que acontece em abrigos e nos emocionou aqui em casa... Obrigada por nos dar a oportunidade de falar sobre um assunto tão delicado.
    Com certeza terá postagem no meu blog.
    abs
    Patrícia

    ResponderExcluir
  6. Clau, querida, não tenho palavras pra agradecer ao apoio!!
    Vim deixar o link da minha postagem.
    Não tenho como cometnar a sua agora: meus hormônios "gravídicos" não me permitem. Mas assim q estiver mais "fortinha" eu volto! :D

    http://versosetc.blogspot.com.br/2012/05/dia-nacional-da-adocao-blogagem.html

    Mil beijos

    ResponderExcluir
  7. Carinho não se compra...vc disse tudo.
    E é assim mesmo, até podem estar bem cuidados, bem vestidos, num bom imóvel, mas aquilo não é uma família, não é um lar.
    Quero ler mtos posts sobre esse assunto no dia de hoje.
    Bjs

    ResponderExcluir
  8. Pôxa Clau!!! É uma situação tão triste!!! o que vc escreveu realmente é assim mesmo, eles tem tão pouco afeto, carinho, já pensou cada hra não é a mão da mãezinha que está ali, dando papinha, leitinho, meu Deus é uma situação muito triste, parece q estou tão longe disso mas ela está aqui, p nos mostrar como tem crianças tão carentes necessitadas de uma mãe...de amor e carinho...

    Qdo estava no brasil, sempre ia em orfanatos, com as crianças mais grdes podiamos brincar com elas, dar carinho, etc., mas qdo íamos nas de bebes, de 1 ano até...2, aninhos eles não deixavam a gente pegar no colo, dar carinho...pois elas diziam q depois vc vai embora e dá trabalho p nós...já pensou qta frieza!!!

    Como será que essas criancinhas crescem, com qual sentimento..triste.

    lindo o que vc escreveu Clau!!

    bjs rose jp

    ResponderExcluir
  9. Você como sempre certeira. Lindo post e com certeza fará muita gente parar para pensar.

    Bjos mais que especiais,


    Alê

    ResponderExcluir
  10. Clau, texto sensível e muito real!

    Adotar, é doar também esse tempo, esse carinho, esse cuidar... É um amor que vai e que volta!

    Tenha um excelente fim de semana!

    Beijooooooooooooo

    ResponderExcluir
  11. Muito boa sua ideia, Clau.
    Se eu pudesse (tivesse saúde e condições financeiras) adotaria.
    Qdo tive minha caçula, no mesmo dia teve uma mãe na maternidade q rejeitou o próprio filho recém nascido porque o marido (q não era o pai) não queria o bebê. Então a mulher preferiu o homem ao filho. Chegou juizado e tudo p aconselhar a infeliz. Se eu pudesse, tinha levado o bebê comigo. Não sei o q houve com o bebê q hoje deve ter 7 anos, mas se ficou num abrigo talvez ficou melhor, pois pais q rejeitam filho assim seriam péssimos pais mesmo, talvez criando um marginal.
    Beijinho...

    ResponderExcluir
  12. Ir a abrigos causa tantos sentimentos no nosso coração, tantos questionamentos na nossa mente. É um mundo paralelo, sofrido, muito sofrido. Da última vez que fui, fomos todos, inclusive meus filhos. O Gui voltou tão caladinho, à noite, depois da oração ( ele pediu a Deus para dar uma família de verdade a cada criança do abrigo) ele me perguntou: Mãe, porque eles não tem brinquedos, video game, porque eles estavam tristes? Porque o quarto deles não tinha nada de criança?

    Olha, eu fiquei trancando o choro, porque o Gui já estava tão triste que não queria chorar na frente dele. Mas a maior carência que já vi foi essa que vc diz, Clau. Carência de amor, de gente que tenha carinho, que pense que aquelas crianças já sofreram tanto, mas tanto que merecem uma vida melhor, feliz. E como vc disse, carinho não custa nada.
    Amei tua frase: " Adote uma criança nem que seja por 30 minutos".

    ResponderExcluir
  13. Oi Clau!
    Nossa fiquei chocada com o teu relato, são esses detalhes que as pessoas tem que ter consciência, são crianças que esperam Mães/Pais, que os levem para casa e os aceite como são e não né Clau, como desejariam que fosse! A adequação tem que ser dos Pais/Mães, para a adoção.
    Um grande abraço
    Ana Cristina

    ResponderExcluir
  14. Ai, Ai, Clau... tô me emocionando com cada um desses posts. Quero postar tbm, mas provavelmente só de tarde. Estou pensando num depoimento. Se não rolar, vou postar tbm.
    Adoção é para corações cheios de amor mesmo!!! São lindos os depoimentos, ne?
    Bjs

    ResponderExcluir
  15. Adorei o jeito que escreveu o POST! Parabens! É isso mesmo!
    Bjka!

    ResponderExcluir
  16. Adotar não é um ato de caridade, como muitos acham, e nem transforma a pessoa em um "benfeitor". Adotar é nada mais que vc abrir seu coração e parir por ele... desejar uma criança, gestar ela através da burocracia e dos entraves que a nossas leis ainda obrigam os candidatos a passar... e para aqueles que não desistem e vão adiante contra tudo e todos nada mais que só tendo muito amor mesmo... admiro quem não escolhe, raça, cor... quem quer um filho de verdade. Lembrando que adotar não é preencher vazio...
    Acho que temos que rever muitas coisas antes da decisão, tem que ser de comum acordo quando casal... não adianta forçar quando um não deseja... vejo muitos casos de amigos...

    Eu tenho muita vontade, já me candidatei uma vez, e no fim a mãe decidiu ficar com a criança... pois ´pra ela seria um meio $ melhor... uma pena... desde então desisti e meu marido nem pode ouvir falar sobre o assunto. Pode ser que lá na frente a criança certa nos encontre e ele mude de idéia, porque há quem tenha preconceito sabiam? sou professora, coordenadora e sei o que estou dizendo... uma bobagem... mas existe esse preconceito... a familia de meu marido mesmo é italiana e tradicional, minha sogra não aceita de forma alguma, mesmo ela tendo um sobrinho adotivo... que ignora uma pena... porque o menino é negro... e lindoooo, amo ele. Já brigamos muito por causa disso.. e ela sabe que eu quero... mas que ainda não é nosso momento como casal...
    Eu e marido ajudamos uma ONG aqui... fazemos nossas coisas... eu tenho meu tempo semanal no abrigo, nunca falo sobre porque acho que é algo que não gosto de ficar falando... então eu adoto várias crianças e adolescentes por semana... dou meu tempo e carinho, uma delas foi adotada por um casal amigo nosso, faz 4 meses...o Francisco! ficamos felizes! Espero que um dia cada criança possa ser amada e criada por pais amorosos, independente de orientação sexual, apenas pelo simples fato de não ficarem sem amor.... bjo Clau

    ResponderExcluir
  17. Claudiene, acho que uma grande covardia sempre me impediu de ir a um abrigo/orfanato. Penso que não teria "cabeça" de ver a situação das crianças e nada poder fazer. No sentido de não poder dar um lar para elas, todas. Mas não pensei que minha "meia hora" pode fazer diferença no coraçãozinho delas, que elas já entendem que vão ficar ali, mas que podem entender também que um dia a vida será delas, o mundo as espera e podem ter o melhor dele, quem sabe? Fico com vergonha de ter me omitido a vida toda. Mas não sei se posso lhe dizer que o farei agora, de visitar algum orfanato. Adotar, nunca pensei e tenho verdadeira admiração (conheço muitos casos e até já lhe contei, alguns acabaram em nada, as crianças adotadas, na idade adulta não corresponderam ao que os pais fizeram por elas, mas se formos pensar, quantas famílias, com seus filhos biológicos, tb passam por problemas?).
    Seu post me fêz pensar, e isto já é um passo para alguma ação.
    Beijo!

    ResponderExcluir
  18. Sempre me emociono ao pensar na quantidade de crianças que estão num abrigo e na quantidade de mulheres que querem ser mãe e não entra na minha cabeça porque essa conta não bate! Burocracia?? Exigências demais?? Não entendo!

    Bjs

    ResponderExcluir
  19. Claudiene, visitando blogs de decoração achei o seu hj, logo no dia que mto me emociona, sou mae por adoção e seu post foi lindo.
    Abç
    FErnanda Ferreira

    ResponderExcluir
  20. Me coração fica bem pequeno diante de tamanho testemunho, porque a minha vontade também é de abrigar e dar carinho. Não deixar que sintam medo da noite ou do futuro.
    Você deve saber do trabalho que faço em uma instituição local. É apenas uma tarde, de um dia da semana e eles esperam ansiosos. A mimha vontade, se tivesse mais tempo era poder ir todos os dias contar-lhes histórias, porque o pouco que dou recebo demais em troca.
    Beijus,

    ResponderExcluir
  21. olá, minha admiração total a vc ,pq confesso: eu não consigo.. meu coração é fraco..prefiro te ajudar, por exemplo..fui a um asilo de velhinhos uma vez e fiquei comovida demais..fiquei como o filho da Ana Paula Santiago..muitas mulheres querem adotar mas temos que ter cuidado com as falsas mães, com os psicopatas..é um assunto muito complicado .. bjks LIN

    ResponderExcluir
  22. Passando rapinho para te desejar um final de semana de paz e luz!
    Bjoks mil

    ResponderExcluir
  23. Só agora consegui vir aqui, querida!
    Tocante suas palavras. Quem já entrou em abrigo sabe como isso é realidade!
    Realmente ninguém é pago para dar carinho, mas todo mundo deveria ter humanidade.
    Uma vez vi uma funcionária de abrigo ser ríspida com uma criança que tinha feito 'dodói' e ela ainda saiu reclamando que eles enchiam por tudo, que se estavam lá e nem os pais os quiseram era pq não deviam prestar.
    Enfim...se cada um de nós da sociedade em geral e os funcionários destes abrigos tivéssemos mais humanidade, muitos dos sofrimentos destas cças deixaria de existir.
    Já seria mais que suficiente o sofrimento pela falta de uma família!

    Tenho certeza que suas palavras atingirão seus objetivos!

    Grande beijo

    ResponderExcluir
  24. venha conhecer o site www.cegonhadoamor.blogspot.com

    ResponderExcluir

Use esse espaço para dizer o que pensa. Gentileza é sempre bem vinda.



Últimos tweets